Maior empreendimento do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal no Paraná, a Usina Hidrelétrica Mauá teve a primeira etapa das obras concluídas nesta terça-feira (1º) com a abertura do desvio temporário do Rio Tibagi, no município de Telêmaco Borba. Um grande evento marcou a abertura da barragem que permitiu a entrada das águas do Tibagi em túneis escavados para a condução do leito. Ao lado do governador Roberto Requião (PMDB) e dos prefeitos de Tibagi, Sinval Silva (PMDB), de Telêmaco, Eros Danilo Araújo (PMDB) e de Ortigueira, Geraldo Magela Nascimento (PSDB) –municípios diretamente afetados pela implantação da usina–, participaram da solenidade montada dentro do canteiro de obras o representante do Ministério de Minas e Energia Marcio Pereira Zimmermann; o presidente da Eletrobrás José Antônio Muniz Lopes; presidente da Eletrosul Eurides Mescolotto; e Jorge Miguel Samek, diretor geral da Itaipu Binacional, entre outras autoridades. Uma forte explosão de 1,4 mil quilos de explosivos foi acompanhada por mais de 100 convidados e culminou com a dispersão de fumaça azul e laranja, cores da bandeira da UHE Mauá, para a abertura do canal, na fazenda Monte Alegre. “É muito importante para a sociedade paranaense que a Usina Mauá, depois de todos os desafios na área ambiental, venha se tornar realidade”, disse Zimmermann, representando o ministro de Minas e Energia, Edson Lobão. Ele enfatizou que num planejamento para 2030 já é possível prever que vai ser necessário dobrar a capacidade de produção de energia no Brasil e que a implantação de usinas hidrelétricas, com energia renovável, será a melhor alternativa. “O Brasil só explora 30% do seu potencial hidroelétrico”, explanou, acrescentando que o Paraná tem uma das melhores culturas de exploração dessa fonte renovável e que a Copel é responsável direta pelo desenvolvimento do Estado.
PAC
José Antônio Muniz Lopes destacou que o PAC é o melhor sistema de gerenciamento que já viu no governo e que a edificação de Mauá só se tornou possível através do plano. Para o presidente da Eletrobrás, a Copel e a Eletrosul estão entre as cinco melhores empresas de energia do país. Requião falou em seguida e afirmou com veemência que a Copel não está entre as cinco, mas é a melhor do Brasil. “Não tenho nenhuma dúvida, como brasileiro e não apenas como paranaense, que a Copel é hoje a melhor companhia geradora, transmissora e distribuidora de energia do país”, indicou. O presidente da Copel, Rubens Guilhardi, também ressaltou a tradição do Estado em empreendimentos hidrelétricos e apresentou um histórico da participação do Paraná no desenvolvimento do país com a geração de energia. Ele criticou a forte oposição, por organizações não-governamentais ambientalistas para a edificação da usina. “Infelizmente o país está partindo para usinas térmicas, que são responsáveis por 30% do efeito estufa no mundo. Aqui, em vez de defender a energia renovável, limpa, tivemos um atraso de quase quatro meses na obra. Pretendemos recuperar esse tempo”, realçou.
Parceria
“Quero saudar a parceria com a Copel, fundamental, e que está dando certo. São duas empresas estatais construindo uma usina desse porte. Isso mostra o quanto são eficientes, robustas e têm capacidade técnica e funcionários com o maior gabarito”. A afirmação é de Eurides Mescolotto, presidente da Eletrosul – empresa que integra com a Copel o Consórcio Cruzeiro do Sul, responsável pela obra. Conforme Sinval Silva, prefeito de Tibagi, a obra é importante porque o Paraná sai na frente na geração de energia. “Pensando em longo prazo, se o Brasil voltar a crescer no ritmo em que vinha, a 5% ao ano, poderá haver falta de energia e nós já estamos preparados”, avaliou. Durante a solenidade, dois trabalhadores da equipe de 1,5 mil empregados que atuam no canteiro de obras entregaram placas ao representante do governo federal, Marcos Zimmermann, e ao governador do Estado Roberto Requião, em agradecimento pela geração de emprego e renda. Sérgio Luiz Lamy, superintendente geral do Consórcio Energético Cruzeiro do Sul, conta que o ato desta terça-feira marca a conclusão da primeira fase no programa de construção. “Já evoluímos na edificação de várias estruturas importantes que compõem o empreendimento, como túneis, o local que abriga a casa de máquinas, o sistema de adução de água, reservatório e barragem”.
Primeira fase está pronta
O processo de desvio temporário do Rio Tibagi marca a conclusão da primeira etapa da instalação da Usina Hidrelétrica Mauá. Com o desvio, será possível iniciar as obras para adequação do leito do rio, com vistas à construção da barragem e formação do reservatório da usina, no final de 2010. A Usina Mauá deve entrar em operação comercial em 2011 com potência instalada de 361 megawatts, o suficiente para abastecer uma cidade com um milhão de habitantes. A concessão da hidrelétrica, que vai absorver investimentos da ordem de R$ 1,2 bilhão, pertence ao Consórcio Energético Cruzeiro do Sul, parceria entre a Copel (majoritária com 51% de participação) e a Eletrosul Centrais Elétricas. Depois da abertura dos túneis de desvio, parte das águas do Tibagi continuou correndo pelo leito normal e parte foi para os dois conductos escavados em rocha na margem direita – um com
A obra
No canteiro da Usina Mauá, várias frentes de trabalho avançam simultaneamente desde julho de 2008. Perto de 1,5 mil pessoas trabalham e moram no local. Para tanto, foi necessário despender investimentos em alojamentos masculino e feminino, refeitório, lavanderia, área de lazer, rede de energia elétrica e iluminação, de esgoto e de água potável além de uma estação de tratamento de efluentes. Diversos acessos foram abertos e montados o canteiro industrial, contendo pedreira, centrais de britagem, centrais para fabricação de concreto, silos para estocagem de cimento, bota-fora, balanças rodoviárias. Nas centrais de britagem, as rochas extraídas nas escavações são trituradas em diferentes tamanhos para que possam ser usadas na produção de concreto. Mesmo a areia necessária ao processo é “artificial”, ou seja, é brita moída. Para levar a água do reservatório até a casa de força da Usina Mauá também está sendo construído um circuito composto de tomada d’água de baixa pressão, túnel de adução escavado em rocha com
Textos: Emanoelle Wisnievski e Agência Estadual
Imagens: Christian Camargo
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