Evento trouxe milhares de pessoas ao Centro Municipal de Eventos
Aproximadamente 600 laçadores de mais de 100 equipes das 17 regiões tradicionalistas do Paraná e ainda de Santa Catarina e São Paulo montaram em cavalos neste final de semana em busca da premiação ofertada pelo XI Rodeio Crioulo Interestadual de Tibagi. O evento iniciou na quinta-feira (3) e seguiu até domingo (6) no Centro Municipal de Eventos, o Horto Florestal, com a participação de pelo menos seis mil pessoas nas várias atrações. Promovido pelo Centro de Tradicionalismo Gaúcho Santo Amaro, com apoio da Prefeitura, o Rodeio foi recorde de público segundo o patrão do CTG José Urias Bueno de Camargo. “Apesar da chuva de sexta-feira, o tempo colaborou no final de semana e foi muito prestigiado pelos que cultivam o tradicionalismo sulista”, avalia. Urias destaca o trabalho dos sócios do CTG Santo Amaro, o empenho da Polícia Militar e o apoio da Prefeitura. “Felizmente tudo correu como o esperado e tivemos uma festa muito bonita”, assinala. A movimentação da economia local por conta da presença das equipes de outras cidades é um dos benefícios do evento, conforme o prefeito Sinval Silva. “Tibagi está recebendo muitos turistas que vieram para participar do rodeio e também acabam conhecendo outros pontos turísticos da cidade”, disse, enfatizando que o evento tem um diferencial: “você vê o pai, a mãe, o avô, o neto, o filho. É um movimento muito bonito e que integra a família como um todo”. O Rodeio de Tibagi vem se firmando como dos mais importantes do Paraná e do Sul do país. Airton Vacariano, coordenador da 2a Regional Tradicionalista do Movimento Tradicionalista Gaúcho no Paraná, confirma a importância da promoção. “Até porque o evento já foi sediado na Rota dos Tropeiros e há muito tempo as cidades vêm trabalhando em cima disso”, reforça.
Rodeio é bom porque...
Sandro Teixeira, do CTG Herdeiros dos Pampas, veio de Carambeí para aproveitar a reunião dos tradicionalistas. “Porque eu gosto da tradição e porque estamos aqui entre amigos e estar assim é muito bom”, justificou. Para ele, o Rodeio de Tibagi é especial. “Na minha opinião, acho que é o melhor da região, porque aqui o parque é muito bom, a estrutura é excelente”. Luis Fernando Rogovski, também de Carambeí, estava no mesmo acampamento para representar o CTG nas equipes de laço. “Peguei uma paixão pelo laço e gosto da festa porque reúne os amigos”, afirmou. Já o adolescente Gustavo Vinicius Bueno concorre na categoria Guri e mesmo sem premiação, persiste em competir. “O que vale é participar”, enfatiza. “A gente relembra o passado”, sublinha. “É uma diversão para a gente né”, diz o laçador Italo Taylor Pinheiro, do CTG Estância de Ventania. Já Valéria Satsatowitch veio junto para desempenhar o papel de mãe no Rodeio. “Cuidar da alimentação, do sono para na hora de laçar ele estar bem tranquilo, descansado”, define suas funções, lembrando que ainda tem trabalho na torcida. O domador de cavalos Rogério da Silva Nogueira nasceu no Rio Grande do Sul, mora no interior de Castro e sente-se em casa com a cultura tradicionalista. “A gente vem se divertir e fazer uma coisa que a gente se criou fazendo”, conta. “Vem para laçar, competir e vem pela nossa amizade, companheirismo. Cada rodeio que a gente vai é uma nova amizade”, descreve. Para quem veio da origem das tradições, a festa paranaense não deixa a desejar. “Fiquei muito surpreso. Notei que mesmo tão longe de lá é uma coisa muito boa, até melhor. O gaiteiro Luiz Francisco de Geus, do CTG anfitrião Santo Amaro de Tibagi, resumiu seu gosto pela festa numa frase: “Rodeio para mim é tudo, é lazer, é diversão, é amor”. Na sua opinião, a cultura sulista afasta a juventude da criminalidade e das drogas “porque é uma tradição que cultua a união da família”. José Silvano dos Santos é de Pernambuco, mas mora
O rodeio teve várias provas na Invernada Campeira, iniciando pela Vaca Gorda com laço trio, provas de laço para quintetos, laço vaquinha parada pai e filho, prova de rédea e prova do chasque. “A maior premiação foi para o quinteto do CTG Cupim, de Imbituva, que ficou com a moto zero quilômetro. Outras 21 categorias foram premiadas somando cerca de R$ 5 mil mais troféus”, conta Juliana Alberti, uma das organizadoras.